Seis da matina, o despertante,
que tem som de despertador (triim!), mas é um celular, desperta.
Mó friu. Ter que trabalhar.
Classe operária é forbes. Ainda bem que tem despertador. ‘Magina o lumpem, que
nem despertador tem, como deve ser nervo.
O proletário despertado respira
fundo, resmunga algo. Joga pra soneca. Desperta de novo.
A cadela Cristal, que capta a
subjetividade de meus pensamentozinhos estranhados, latiu:
– Qeqéiçucumpañero! Com a Dilma,
agora, todo mundo tem celular. Mas, emprego, shopençah... ainda não? ... não, ainda?... não ainda?...
há_inda?
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