Hoje,
que quase já hoje não mais é, acordei.
A
contragosto. Há contragosto?
Mês
de caichourro loco, mêsde agosto! D’ágosto!
Acordei
em desacordo: com meu corpo, que meu não é, com minha mente, que mente quem diz
que minha um dia se foi. Houvindo, da Rio Branco, às margens complácidas, os
acordes dos ônibuses semicirculares retardantes.
Pensei:
ontem, dormi. Antes, trabalhei, trabalhei, trabalhei.
Aborrecimentos
milhões, decorrentes da vida em sociedade da qual sócio não sou, exceto se
fordos ônuses.
Cheio
dos protocolos sociais: “Sorria para as pessoas! Faz parte da boa educação e
das normas de convivência em sociedade!”
Cheio
da vida de aparência: não basta botar, tem que cacarejar; não basta gozar, tem
que gemer! Alto!
Em súlmula:
cheio da vida, e não cheio de vida!
Cheio
dessa vida “Entre quatro paredes” nessa casebra chamada universo, nesse
comodozinho apertado e sufocante denominado terra-mundo.
Repensei:
ontem vivi todas essas emocionantes emocionantíssimas emoções.
Sãs
tantas emoções?
Cansado
dormi, cansado por antecipação, ao saber que noutros dias cansaria de novo.
Hoje
tudo se repetirá como dantes, como no cartel da cartomante, cujas cartas são
sempre as mesmas deiantes. Combinações limitadas.
Números
racionais naturalmente irracionalizados.
Aí eu
re-re-pensei (eu penso?): há quanto tempo vivo assim, assado?
Por
mais quanto tempo assim viver-hei-de?
Eita
vida bosta, meus nãoeus! Santos Drummond!
Muldar?
só
Deipende
de uma não-pessoa...
Há uma
pedra no meio, nas bordas, em cima, debaixo, até no vácuo do meu pero vaz non
mucho decaminho:
esta
pedra sou eu
mesmo?
mesma!
mesmin
da madressilva!
este
pedra sou eu
e sobre
ti, mim, construirei um paiol de dinamites.
por que
és pedra?
não
eras pó?
agora é
pó engrandedurecido?
Oh
pedra, pedra, pedra!
cale-te
para que não ouças teu próprio ego!
Ide!
superide, superaivos, superomem
vossosuperpróprioopóbrioego!
Hoje eu acordei...
Já está na hora de
dormir...
‘ora et labora’!
SÓPOROGE!