Ela foi crescendo.
E as suas curiosidades, também.
Um dia, ela perguntou pra sua mãe, uma imaculada sacríssima
mulher, o que era sexo.
— O quê???
— Sexo! Se-xo! S-e-x-o!
Como resposta, recebeu uma grossa livrada bem dada na boca, perdendo,
num sacro golpe só, cinco lácteos caninos.
Mas nem sempre toda a curiosidade morre com golpes físicos.
No outro dia, ela perguntou pra sua mãe o que significava
“Freud explica”.
Levou outra sova, daquelas de deixar cicatrizes, físicas e psiquiátricas.
Além disso, como penitência, teve que ficar numa posição muito estranha e
repetir sessenta e nove vezes, setenta vezes sete, uma preceladainha transcendental.
Décadas depois, por compreensivelmente inexplicáveis razões, ela
foi estudar sexologia. Então descobriu o que significava o cabalístico 69 e que
aquela estranha posição daquele indelével dia era uma das mais sutrakamas do Kama Sutra.
Então, entendeu tudo: Freud explica!