NOTA
DE FALECEÇÃO
Faleceu, hoje, 20 de julho de 2014, minha bicosazul
B-I-25.
A morte foi por esgotamento sanguíneo.
Tratava-se de uma personalidade nobre [ou era falta de
oxigenação]: sempre teve sangue azul.
Nunca negou seu sangue.
Como um AK-47, funcionava até sob as águas: das chuvas,
das lágrimas, dos suores, das salivas, quando de xhingamentos.
Deixa viúva ela mesma.
Deixa órfãs minhas meias palavras, sem printeiras.
Dúbias. Descatáveis. Malditas: benditas sois ... entre
as mulheres, tão só mente as mulheres.
[nota de rodapé] Acrescentem-se
os emes nos devidos lugares. Concordância: concordam?
Não haverá missa. Sem cerimônias. Nem pompas, nem
circunstâncias.
Lágrimas, menos ainda. Nem choro, nem vela. Nem samba,
nem rock. Fita amarela.
Seu corpo – não será velado – foi pro lixo. Afinal, ela
sempre esteve em prol de um pro_lixo.
Sua obra
presente
um passo, a frente
a afronta da vida
o confronto no front
reencontro com a
morte
‘é morrendo que se
vive’
basta olhar pros
olhares
é morrendo que se
estamos vivendo
EPITÁFIO,
pessoa. EPITÁFIO.
quantos epitáfios
tem uma vida?
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