sábado, 25 de maio de 2013

sauldade



Saudade.
Saudade.
Um sentimento sem sentimentos. Cem mil milhões de sentimentos.
Senssentido?
Vem, vai, volta. Revolta. Sem conceder licença, nem se des_pe_dir.
Não tem preocupação com os (d)efeitos que certamente poderá haver probabilidade de eventualmente causar:
Desavenças. Tente vencê-la. Envão.
Atropela. Atropelos. Atropelamentos. Atropelação.
Impropérios.
Não conhece, aliás, recusa [-se] a empatia.
Às vezes, é simpática. Não raramente, antipática. Às sempres, apática.
Phatus, aphetus. Apheta. Phetus. Del’eta.
Pseudopalavras. SentimentospseudoS.
Como a memória, não é um músculo liso.
É um contra.músculo – ex-triado, ex-quelético, a-norético:
independe da (não)vontade, do (não, mal ou bem) querer_mo_nos.
Dane-se, doa quem doer. Doação. Doimento. Doi_disse. Dor_dura.
Umeterneternidade. Cometernit. Umabichadefibra. Febrosa.
Não se sabe qual seu rosto. Face? BooK?
D’onde não vem, onde não fica, aonde não vai.
Não se sabe sua rotina.
Sabe?, tudo o que se não sabe da saudade
é [que] quase nada... sobre, sob, ela não se sabe.
Nada! Obrigado. Da nada.
Do nada, ela vem com tudo. Em_contra tudo. De encontro, com tudo.
Com’um furacão-tornado, ela pode tornar e deixar tudo um caos.
Caos que novamente vai ser a ordem, que, novamente, será o cais.
Do porto, de perto, do longe, do mar: rubro-,-anil
que, no auto de si mesmo, em alto mar, se mistura com o infra_céu.
Saudade [,] tem [-se] saudade? Será que se-sente-se?
Quem diz que tem saudade mente, pois a saudade é errante.
Vive errando. Vive na errada.
Erra’cérto. Erreacerto. Erréacerto. Cérto? Errádo?
Não obedece, não pertence, não reside com ninguém. Com alguém sequer. Nem mesmo consigo mesma consegue.
No máximo passa. Saúda. No mínimo...
Saudade:
“sa:u.da.de sf Lembrança melancólica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoa(s) ou coisa(s) distante(s) ou extinta(s).”
Comoafé: aféé e ponto final
Mas, e quando a saudade que se (não) sente (não) é uma saudade que (não) a do dic.cionário?
De algo que sequer existiu? Talvez, com certeza, nem venha a existir?
Que saudade do tempo que não existia dicionário!
Que as coisas podiam ser sentidas sem necessariamente terem que ser nomeadas. Alguém jáo disse. Adjetivadas. Aditivadas.
De quando saudade não existia, mesmo porque, não tinha sido batizada. Pagã.
Simplesmente era sentida e, no máximo, se pensava ser uma espécie de loucura muito louca.
Um ex-pírito. Soprano. Baixo. Contralto. Tenor.
Locassaudade.
Por que a saudade necessariamente tem que ser a posteriori?
Saudade: um (não)sentimento em litígio.
Que saudade do tempo em que não [h]a_via [,] saudade.
Saúde a saudade.
Salde a saudade.
Saúde à saudade.
Pois, há saudade tá duende.
“Chega de saudade”
!

[post scriptum post mortem:
Esse pap’insano, nadoriginal, chegou, involuntária_mente (sensação causada, talvez, pela rodovia, ronco de motores de caminhões etc. – a rodovia sempre me representou esperança de fuga, mesmo sem saber pradonde), à minha pensante quando [eu] passava defronte o cemita de saudade, mas, ao chegar ao montecarmelo para colocar a coisa no papiro, a saudade já tinha ido embora e, com ela, as ideias. Só sobrou isso. Só isso soçobrou. (tentei retê-la, mas ela se foice, como um bagre ensabonetado e, como uma ex-trovenga, cortou meu barato.]

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