De ‘origem humilde’, ela tivera ‘sorte, muita
sorte’. Como a mãe tinha muitos filhos e tinha muita influência na comunidade,
um político esperto e experto em polític_a_partidária, intermediara um emprego
para a filha mais velha para trabalhar de aprendiz num escritório de
contabilidade.
Com os ‘talentos natos’ que, ‘graças a Deus’,
aprendera no escritório, tornara-se uma peritexperta em fraudar o fisco e
outras coisinhas mais. De posse desses ‘talentos abençoados’, ‘dádiva divina’,
conseguiu aumentar seu círculo de amizades, ‘selecionadas a dedo’.
Amizades influentes, em troca de favores – tudo
dentro da lei. Um mamão suja outra e, às duas, sua cara. Assim, ‘subira na
vida’: arrumara um carguinho comissionado no ‘serviço público’.
De barriga cheia e com as carências e necessidades
supridas, literalmente com o dinheiro público, era pauliniana
fundamentalista-ortodoxa: ‘que cada qual permaneça no lugar onde fora colocado,
ou melhor, chamado’. Afinal, ‘nada é por acaso’. ‘Deus sabe o que faz e o que
não faz’. ‘Cabe a todo mundo aceitar’.
Bom, quanto ao postulado de que nem tudo o que
lícito [lhe-me] é conveniente... bom, isso não convinha a ela. Paulão não é uma
teoria sistemática, ainda que fosse sistemático e, nessas horas, muito
inconveniente. Hora, ora!
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