Apresentava-se como adulta, autônoma:
sabia o que queria. E muito bem. Mas, ainda vivia um conto de fadas. Tal qual
Barbie, tornara-se uma boneca adulta. Era a Petra Pan, a menina que não
quer(ia) crescer.
Tinha certeza de que a vida era cor de
rosa. Tudo era rosa de cor: um mar de rosa. Rosa era o céu, a lua, o espaço o
firmamento. Sonhava até com um príncipe cor de rosa.
Pensando viver na Barbielândia,
resistindo a sair da casa, da vida de boneca, deixou de ser Barbiegirl para
virar barbiecue...
Quando levou um teco, sentiu o
plumbaláceo, que o tempo lhe não deu tempo de ver a cor, percebeu que o sangue
não era cor de rosa, mas vermelho. Sentiu asco: vermelho é coisa de comunista.
Por isso não gostava de massa de tomate. Preferia molho cor de rosa.
Barbie. Barbada. Não quis crescer, mesmo
qrescida. Percebera que a vida não é um carnaval, que uma hora a máscara cai,
que à uma hora tem que tirar a fantasia e que há uma hora virou Barbie-rainha
de necrotério.
No velório, muitas rosas, cor de rosa, e
um caixão: rosa também, até o sudário, que santo não era.
Barbie pode ser cremada? Barbie alma tem,
é rosa de cor? Espírito de Barbie rosa é? Barbie encarneosso? Foi brincar
seriamente de boneca noutro andar, noutro passo, noutro paço, noutro ex-paço,
noutro compasso. Noutro andar casa de boneca tem? Passista também passa. Só, a
bailarina, não. Barbaridade... Quanta barbárie com a Barbie!
Carta a uma
barbieana que não se barbeia mais.
Porte pago.
Ect.
Nenhum comentário:
Postar um comentário