Cheio dos chavões, era
especialista, ganhava a vida ministrando palestras de – dizia ele – autoajuda.
Suas palestras de autoajuda eram baseada em releituras de terceiros.
Usava técnicas as mais variadas
para se passar por expert, cativar a audiência e conquistar autoridade em
diversos aspectos.
Gostava de envolvimento. Sabia
como tocar no ponto fulcral da plateia. Não se preocupava com os extremos do
gráfico. Queria sempre a média, pois era a média que lhe dava retorno que lhe
alimentava a alma: financeiro. O importante era estar na média, atingir a média.
Arrumou a gravata, acertou o
microfone e começou:
“Faço questão de olhar nos olhos
durante minha palestra. Conversa sincera tem que ser olhos nos olhos. Quero
vocês olhando nos meus olhos! Quero que falem comigo com voz firme, em alto e
bom tom. Vamos começar com o pé direito, se não... as coisas não dão certo!
Quero eu vocês repitam, com empolgação e em voz alta: EU NASCI PARA VENCER! EU
NASCI PARA COMANDAR! Repitam!”
Como gostava de chavão e não
tinha hábito de refletir sobre o que pensava pensar e falar, não considerava as
diversas diversidades funcionais. Afinal, sua preocupação era com a média. Principalmente
porque é a média que garante financeiramente a audiência de sua séria comédia.
Considerava suas receitas
universais. Achava-se, com certeza, na média, o máximo.
Moda. Média. Mediana_mente: medíocre.
Moda. Média. Mediana_mente: medíocre.
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