Chave de importado de luxe na
mão, roda, marcando posição: nobreza hereditária por aquisição.
Palavreado empolado, sotaques,
caras e bocas globalizados, pra afirmar boa educação.
Bolsa importada. Cheia de
correntes, anéis, brincos, botões, fivelas douradas, comunica: não sou pobre
não.
Os óculos escuros, como se fossem
uma parede: de proteção. Pra se proteger dos olhares de quem já estava na fila.
Alguém entre @s enfileirad@s
resmunga: um dia ela encontra alguém que quebra a cara e as pernas dela.
O vigilante, todo cheio de marra,
musculocuzudo, de braços abridos (sobacos assados), de pernas arreganhadas (não
passou foldã), com a mão no revórvi (síntese da essência de seu ser), como
sempre, simplesmente, ignora a idosa – que não era rica, nem loira, nem gostosa
– e, mui respeitosamente, sorriu e bomdiou pra madame.
Como diz Leka, gentileza tem
gênero. Acrescentaria o outro (este outro seria eu se esse eu outr@ não fosse),
não apenas gênero, mas, números e graus: etnia, classe social, idade, biótipo, sexo,
sotaque, enfim,
Gentilezas: gentlemen
Cortesias: corte, cortês,
cortejar
Quase sempre é uma política
focal.
Franqueza = fraqueza?
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