Não sabia bem o porquê, se é que
porquê havia de haver, mas adotava, a priori e incondicionalmente, todas as
posições defendidas-veiculadas por uma indeterminada ala direita-cristã-conservadora-ultra-radical.
Gostava de D’antena e coisas do gênero (não, do gênero, não, pois questão de
gênero é ideologia do Diabo!)
Adorava repetir máximas. Achava isso
o máximo. E, com isso, achava-se, certamente, a máxima. Talvez por isso seu
nome: Mássima!
Um dia, discorrendo sobre
criminalidade e outras maldades, do ponto de vista dela, inerentes à humanidade,
deblaterou:
Para resolver essa pouca-vergonha
da criminalidade é simples: basta fazer leis bem duras e haver a certeza da
punição. É isso! Não passa disso: leis duras e certeza de punição! Quero ver as
pessoas não obedecerem!
Sua pequena filha ainda não havia
aprendido que, em vez de gritar “o rei está nu”, deveria elogiar a “roupa nova
do rei”. Apesar do ambiente, conseguia, dentro de seus limites cognitivos,
pensar. Sem perceber ou se importar com eventuais constrangimentos que poderia
causar àquela que lhe deu à luz, dispara:
“Mas, mãe, se bastassem leis
duras e certeza de punição para as pessoas não desobedecerem, por que, então,
há tantos ímpios pecadores sobre a face da Terra? Pecadores, com certeza, não
arderão eternamente no fogo do inferno? Isso não está escrito? Isso não será
fato? Então, por que...?”
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