Poulentzas
incident
Não precisava dizer que
estava cansada. Tava na três por quatro. Em branco e preto.
A biblioteca é local
onde se processa. Seja para que vire informações. Ou conhecimento. Ou para que
nada vire. Tudo. A diferença entre um e outro? Só iluminad@s educador@s sabem.
Ou pelo menos afirmam. Só @s iniciad@s.
Não que a biblio seja um
local de vagabundagem. E é bom não confundir ócio com bócio. Vagabundosidade
com ociagem. Bando de vagabundo com “vagabandodebundo” (e nem vem que isso é
marca registrada!: salve salve, “vagabando de bundos”. Tem que mandar vocês
todos pra “Casa Verde”).
A biblioteca, mesmo e
principalmente no período onírico, é melhor. Inclusive do que o quê você pode,
por a-ventura, ter pensado.
Congregou todos os
livros que estavam sobre a mesa. Fez deles um travesseiro. De travessado. De
través. E óia que, pra ficar desconfortável, tinha que meiorá muinto! Por
César, que não Minto!
Cansadaça. Impotente.
Deitou. Rolou. Babou. Roncou. Pelo menos foi só isso que percebi. Duvidar dos
sentidos e colocar em xeque a razão? Roncou muito. Como que a ignorar a placa
silenciosa a pedir (ou a in por) o silêncio.
O silêncio solicitado na
biblioteca é (ou deveria ser) exatamente para isso: respeitar o sono e o sonho
d@s, até antes, inocentes. Agora, indolentes.
Juntou umas cadeiras.
Transferiu os livros - doravante, travesseiros - da mesa para as cadeiras -
doravante, cama. Só assim para o livro entrar na cabeça. Literalmente.
Mas faltava um
pouquinho, uns milímetros para dar o clique, o ajuste perfeito - ou mais que
perfeito? – entre a coluna (vulgo espinhaço), ombros e travesseiro. Ah!, e
óbvio: a cabeça!
Pegou o texto que tinha
que ler. Foi a conta. Era o número. E é para isso, inclusive, que os textos
servem.
Novamente, dormiu, roncou,
babou. Muito. Firminho. Com apetite. Com vontade. Sem miséria. Até sonhou. Que
já tinha lido o texto e que a aula já tinha acabado.
Acordou sem saber
direito onde estava. Presença respondeu sem chamada ser. Queria saber se já
tinha acontecido a prova. Que nota tinha tirado. Se hoje ainda era hoje ou se
já era amanhã ou tinha voltado para ontem.
Cara inchada. Zóio cheio
de remela. Ou ramela? Muco? Só! Tanto faz. Casca grossa. “Que horas são?”
Quanto ao texto do
Poulantzas? Virou uma poulentza. Soucolentza.
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