Tod@ nojentinh@. Chei@ de bocas e caras. Gestos e
trejeitos. Traços de urbanidade. Ostentação. Superioridade. Refinamento.
Distinção. Na fila do RU, 2 horas pra coisar os cabelos; outras 3 para lavar as
mãos. Tinha saudades dos tempos do resfriado humanossuíno, pois tinha álcool em
gel no RU. Matava todas as bactérias, garantia a ciência. E, mesmo que usado em
grandes quantidades, o gel não matava a grande bactéria dele usuária. Tod@
etiquetos@, preocupad@ com os protocolos sociais. Seguia à risca o Manual Gloriña
Khalil de boas maneiras. Odiava um cara estranho que comia com a boca meio
aberta e deixava os cantos da boca melecado pela comida. Porco lazarento!
Estava na cara que ele nunca tinha ido ao Canadá. Aquilo, sim, era um país de
gente com modus civilizadus. “Gente coisa é outra fina”! Tod@
ambientalista. Defesa intransigente do repensar, reciclar, reduzir, reciclar,
recusar, reproduzir. E também do resmungar. Ainda bem que os guardanapos do RU
eram de papel reciclado. Assim, podia usar sem remorso. A cada garfada, el@
limpava a boca, com um guardanapo novo, claro! Até após tomar água, passava
novo guardanapo, afinal, o manual de boas besteiras assim recomendava. Ainda
bem que o RU disponibilizava papel à vontade. Pensou, que nojo, ter de usar um
papel só durante toda a refeição? Tolerância tem limites. Já não agüentava mais
aquele estranho que insistia em sentar à mesma mesa, quase sempre, à sua
frente. O éfedepê não limpava a boca após as garfadas, ficando com a boca
oleosa e melecada de comida. Que nojo! Perdeu a boa. Enquadrou o caboclo,
inquirindo-o sobre o porquê de não limpar a boca. Isso era do âmbito dos
direitos coletivos e das regras de boa vizinhança. A resposta foi “porque não
queria gastar papel”. A réplica foi que “o papel era reciclado”. A tréplica foi
“por isso mesmo”. “Como assim?” “O guardanapo é feito de papel higiênico
utilizado e reciclado”. Era só cheirar o papel para constatar. E não é que o
papel tinha realmente cheiro de merda!? É... se é para ser, tem de ser
radicalmente. Reciclar tudo, inclusive o que dizem ser não reciclável. Nada
melhor do que (dá aparência) provar da própria – literalmente – essência. Não
que fosse nojentinh@, mas, doravante, não mais utilizaria aquele papel, até
porque, cargas iguais, dizem, se repelem. É... “conhecereis a verdade e a
verdade vos libertará”. Está escrito.
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