Quando,
finalmente, fora liberado, todo detonado, física e psicodelicamente, saiu um
tanto quanto desnorteado. Um cachorro, que nunca havia visto, veio até ele.
Malaco que era, achou que o cachorro também era da casa. Sentou a bota no dog.
Mais essa: até o cachorro iria dar a volta nele? Nem a pau. O cachorro não
desistiu. Insistia em cheirá-lo e acompanhá-lo. Tava injuriado. Outra bica no
latinte que, mesmo assim, não foi embora. Não era muito de ter dó, mas ficara
encanado. Por que batia no cachorro? Só faltava, agora, um enquadro da
Delegacia de Defesa dos Cachorros. Aí tava feita a bosta. Mais um sapeca não...
Intimou o
cachorro, mesmo sem saber se era ou seria entendido. Deixou bem claro: se fosse
ganso ou do mal, iria levar apanhar quem nem gato no saco e, só pararia de
apanhar quando miasse. Iria arrancar pedaço por pedaço, vivo, e fazer churrasco
pros gatos. Desde então, passaram a ser trutas. Era trutagem e mais trutagem.
Muita brodage, mais por parte do cachorro que dele.
Tem cachorro
que, quando olha pra cara, na cara está informada que cara o cachorro tem cara
de quê: de Duque, Bidu, Salsicha, Malhado, de... Mas aquele não tinha cara de
nada. Nem de cachorro tinha cara. Até que um dia pensou alto: esse cachorro é
um enigma. Pronto: o cachorro pulou no ombro e deu uma lambida na cara. Aí
ficou: Enigma.
Curtia Bezerra.
O Enigma também. Vez ou outra, um hophip. Enigma também. Mas curtia mesmo era
Bezerra. Parecia que a vida dele era contada e cantada pelo Bezerra. Em prosa e
verso.
Não dava vaza.
Sabia o modus operandi de todos. Nem adiantava carrinho de pipoca, vendedor de
trecos, pesquisador do IBGE, fiscal da dengue, funcionário da Light, da Àgua é
Esgoto, Telefonia, TV acabo, pregadô da Bíblia, ambulância, funerária, entrega
de mercado, pizza, ECT, etc. Tava ligado em tudo. Só de o cara dar a cara já
ganhava. Tá ligado: quem é sabe quem não é. A recíproca quase sempre era quase
verdadeira. Até os cara do dois, que volta e meia ganhavam uns otários que se
pensavam malandro, não tinham vez. Ele sabia como saber se o tipo era ou não.
Cara que era
truta não ficava na mão. Sempre fizera os corres pra botar os trutas na rua. Se
fosse preciso, ia às últimas conseqüências. Tinha um firmeza para ser
resgatado, antes que virasse cliente do IML. Tudo esquematizado. Mó plano
doido. Não ideiara com ninguém. Apenas com o dogoso. Ninguém mais. Noutro dia,
a goma desabou: não é que o cachorro era ganso?!
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