Gostaria
de escrever algo à cerca da cerca. Ratifico e retifico: acerca da cerca.
Apesar da transpiração –
seca - para escrever acerca da cerca, falta inspiração acerca da cerca.
Dizem que o segredo é
conseguir formular uma pergunta certa acerca, acerca e não a cerca, nem à
cerca, do que se acerca, neste caso, a cerca.
A pergunta, parece que
tenho: o quê exatamente você – eu, é lógico! – gostaria de escrever acerca da
cerca?
Bom...
acerca da cerca...? Na real é que, quando comecei a pensar acerca da cerca, foi
devido ao fato de, naquele instante, haver (será que nunca a esquecerei?), no
caminho, uma cerca. Branca. Que contrastava. Com o mato. Verde.
Do
meu ponto de vista, além cerca, vacas. Como que eu sei que eram vacas e não
vacos? Óbvio: a regra. Quem é da roça liga.
As
vacas pareciam me-olhar-me. Aquém cerca, este que vos psicografa. Embasbacado
(pode um babaca ficar embasbacado?) com algo tão trivial: uma cerca.
Aí
veio a intriga: o que me acerca acerca da cerca? Cerca tem cerca? Na canaã sim: é uma cerca cercano a otra. Cerca após
cerca. Cerca atrás de cerca. Cerca na frente de cerca. Cerca dentro de cerca.
Cerca intra cerca. E os cabocro tudu cercadu.
Neste rascunho de
divagação acerca da cerca, me veio uma idéia: acerca, neste caso específico, é
pra cercar [a] quem? Pra proteger [a] quem de quem?
Pra cercá eu das vaca ou
estas deu? Ou deram? Pra protegê eu [ou o Eu] das vaca ou estas do eu, este
meu-eu (externo ao meu mim-interior, eu-meu-interior)? Pro primeiro, a última.
Pra última, o primeiro. Tenho dúvidas.
Como isso? Cerca o
pensamento aí, trútu!
De acerca do pasto para
acerca da cerca do cemitério: a cerca do cemitério: é pra proteger quem de
quem? Os vivos-dos-mortos ou os mortos-dos-vivos? E o R.I.P.?
Sei lá. O propósito era
divagar acerca da cerca, e não acerca do que a cerca acerca, isto é, a
finalidade última da cerca, ou seja, do que a cerca cerca.
A praxe reza:
introdução, desenvolvimento, conclusão.
Como não sei o que
escrever acerca da cerca, e precisa haver uma conclusão, mesmo que inconclusa,
valho-me da contribuição de uma trutage (que remete à formula um) e que,
doravante, será a conclusão mais usada e citada: “A conclusão é que não dá para
concluir nada.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário