terça-feira, 1 de novembro de 2011

atrasalado


Não era da área. Mas achou o but interessante.



But com cara de but, memo. But de verdade. Porque tem but que num tem cara de but. Pode ter cara de lanchonete, de farmácia, de padaria, de oficina, até memo de igreja, mas, de but, não.



Tem oficina mecânica que tem mais cara de but que muitos but.



Mas aquele but tinha cara de but. Balcão de vidro. Bancos altos. De madeira. Baleiro da antiga. Brasão de uma muca de time. Potes de conserva. Salsicha, ovodicodorna, cebola, pepino, pimenta, batata. E até um banco de madeira, pro lado de fora, na sombra.



Fatal: uma da mais barata. Sentado no banco de madeira, gelando a guela, olhano a paisagem. De boa. De tão doce, a brotoeja tava de margá. Um minduka é de lei.



Tudo na pazsante, té que um rosto não-familiar, nem um pouco amigável, postou-se do outro lado da rua e começou a olhar com expressão tretável.



Qual seria a do tipo? Ou qual não seria?



Emboreira vai. Emboreira vem.



O cara levantou. Travessô a rua. Resoluto. De encontro. Treta? Não. O cara só queria o que lhe era de direito. Eu tava sentado bem embaixo do vitraux do banhero, onde tava mocozada a ferramenta de trabalho do truto. Tava atrasando o lado do cara. O cara era pedrero. Só que, em vez de colher, usava cachimbo.

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