sábado, 30 de novembro de 2013

celay

O CEU ESTÁ CINZA
MAS A CINZA NÃO ESTÁ NO CEU – DA BOCA
OS PRÉDIOS, DE CONCRETO, ARMADO, SÓ ARMAÇÃO
A FENIX REGORGITOU O BIFE DE FÍGADO ACEBOLADO DO JANTAR DE TRESANTONTEM
O VENTO ESTÁ EM GREVE
O CALOR, CELESTIALMENTE INFERNAL
O AR, INFECTADO POR UM AMARGO FEDOR DOCE
CHEIRO DE BOLACHA.
OU É BISCOITO?
NÃO DIFERENÇA FAZ – A CAATINGA TEM O MESMO GOSTO

O URUBU, REI, DO ALTO DO PRÉDIO, ESPREITA EM BUSCA DA PRÓXIMA REFEIÇÃO.

DEPOIS DO FOMEZERO, TEM PASSADO MAIS FOME.

domingo, 17 de novembro de 2013

desperdida

[eu]
não gosto de despedidas.
[eu]
Por isso
[eu]
Evito a chegada
         o encontro.
Para fugir dos desencontros.
Na despedida
a_gente se despe
                   des_pede.
A despedida é absolutamente uma déspota despótica
não esclarecida.
Por isso não é uma boa pedida.

Precisa ser despedida. (des)pedida.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

core

comportamento reflexo-seletivo.
fulana, minha musadiva, fala assim, eu também assim vou hablar
fulano, meu ídolo, tregesta assim, assim também eu vou trejeitar

comportamento reflexo.
porém, não refletido.
“imitação prestigiosa’: Mauss, às vezes, talvezes, explique.

comportamento reflexo-dirigentismista.
‘por que você não me imita? como assim?! isso me irrita!
preciso servir de referência pra alguém!
mesmo que esse alguém seja um ninguém como você, da base.’

a vida limita a arte. a vãguarda limita a base.

a base? ah!, a base... a base desdenha da vãguarda: ‘guarda vã!’ 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

gogo

Para governar, dividir:
o poder?
o polvo!
‘Dividir para golvernar.’
Assembleia – representativa! – diluir para rarear.

‘panis et circenses’

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

tium

tinha um sonho-real: transformar o mundo.
tinha um real-sonho: transformar pessoas.
tem um sonho-sonhador:
transformar-se a si mesmo
transformar-se em si mesmo
transformar-se d’em-si para-si, mesmo
transformar a vida numa melhordia em si: maior
há dias que não se deve adiar
a alta, a (auto)transformação.

tinha um sonho-real:
poder
transformar o mundo.
tinha um real-sonho:
, sem poder,
transformar pessoas.
transformar-se em pessoa.


evento educação ensino de ciências

19:30h - Anfiteatro I
Abertura
José Carlos Miguel _ diretor da FFC
Claudio Roberto Brocanelli - Coordenador do Curso de Pedagogia
Bernadete Benetti - coordenadora do NCC

Mesa Redonda -  Ensino de Ciências em foco
Dra Yassuko Hosoume - Instituto de Física - USP -
Dr. Mansur Lutfi - Faculdade de Educação - UNICAMP -
Dr. Eugenio Maria de França Ramos (Depto de Educação - IB - UNESP - Rio Claro)

Dia 26/11 

14:00h às 17:00h
Oficina 01 -  ÁGUA E SOLUÇÕES (Parte I)
Visita acadêmica ao DAEM
coordenador - Dr. Mansur Lutfi
Local: ETA PEIXE
19:30h às 22:30h
Oficina 02: ELETRICIDADE EM CASA
Coordenadora: Dra Yassuko Hosoume
Local: sala 05 PN
Dia 27/11 
14:00h às 17:00h
Oficina 01 -  ÁGUA E SOLUÇÕES (Parte II)
Coordenador - Dr. Mansur Lutfi
Local: sala 06 PN
OBS: para obtenção do certificado da oficina 01 é necessária presença nos 02 dias.

17:30h
Encerramento - Anfiteatro I

evento educação sociologia da infância

I Encontro sobre Sociologia da Infância da FFC - Unesp :::
PROGRAMAÇÃO
I ENCONTRO SOBRE SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA DA FFC-UNESP
DIA 19/11
9:00h
Abertura:
Dr. José Carlos Miguel - Diretor da FFC
Dra. Ana Paula Cordeiro- Grupo de Pesquisa  Educação, comunicação e sociedade.
Dra. Luciana Aparecida de Araújo Penitente-Grupo de Pesquisa Educação, comunicação e sociedade.
Mesa redonda: A Sociologia da Infância: pressupostos teóricos e contribuições para o campo da Educação.
Dr. José Milton de Lima- FCT- Unesp- Presidente Prudente.
Dra. Ana Paula Cordeiro -FFC- Unesp- Marília.
Coordenação: Dra. Luciana Aparecida de Araújo Penitente.
19:30h
Apresentação Cultural
Mesa-redonda: Sociologia da Infância: interface com a pesquisa e a Filosofia.
Dra. Luciana Aparecida de Araújo Penitente- FFC- Unesp-Marília
Dr. Cláudio Roberto Brocanelli - FFC- Unesp-Marília.
Coordenação: Prof. Altair Borges de Souza.

DIA 20/11

Minicursos
8:30 h
1) Linguagens Artísticas e Sociologia da Infância: diálogos possíveis.
Dra. Ana Paula Cordeiro
2) Educação de bebês: as contribuições da Terapia Ocupacional.
Dra. Fabiana Frigieri de Vitta
19:30 h:
3) Contando histórias na Educação Básica.
Profa. Silvia Helena Cordeiro- SEAMA- Serviço de Atendimento à Criança e Adolescente.
Prof. Helter Bochi- EMEF Célio Corradi
4) Infância, pesquisa e relatos orais: limites e possibilidades na pesquisa com crianças.
Dra. Luciana Ap. de Araújo Penitente.
Prof. Altair Borges de Souza- EMEF Professor Antonio Moral, EE Prof. Waldemar Moniz da Rocha Barros e EE Profa. Neusa Maria Marana Feijão.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

pema

Pés têm chulés.
Pais...
Mãos, bichos des pés.
Mães...
Trocas das mãos pelos pés

mães, pelos, pais.

pelagems.

sinel

carpo
mente
metacarpo
mentecapto
policarpo
policarpos, policistos, politicistas, quaresmas
montgekharmelo
todos eles têm
todas, elas são
mas, eu
eu, não!

mentes rendidas, capturadas, co-rompidas

el sin

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

pésqpage

Pés. Às vezes, um só. Comumente, dois. Alguns têm quatro. Pés. Pés que levantam. Andam. Correm. Chutam. Amassam. Adiantam-se. Adiantam um lado. Dão firmeza. Sustentam. Nunca param. Às vezes, descansam, enquanto estão a carregar pedras. Até no sonho, trabalham. Pés ininterruptos. Não têm direito de parar. Por isso, nunca (se) cansam, apesar de cansados estarem. Pés que às sempre sabem – comumente, não – onde não querem chegar. Aconchegar-se. Pés descalços. Despidos. Desnudos. Supinos, sopranos, contraltos. Calçados. Meio rasgados. Meias remendadas. Sapatos furados. De tanto andar: para quê? Pés rachados. Sem alianças. Ressecados. Pés de boi. Pés que nunca deixam na mão. Pés que pisam, mas não na bola. Pés que atravessam desertos, escalam montanhas. Atravessam o Pacífico e o Atlântico, sem deixar Índico, na contramão. Pés calejados. Destratados. Pisados. Que nunca responderam ‘presente’ num salão. Pés que estão por aí, a descer e a subir, a ir e vir. Que já não mais aguentam trabalhar tanto, demais. Mas precisam e não podem esperar acontecer a revolução. Tem gente que troca os pés pelas mãos. Uma possibilidade ou necessidade ou probabilidade. Provável? Tem gente que tem pés no chão. Por isso mesmo não perderam a utopia e, de pé em pé, de passo em paço, vão tecendo uma ideologia: chuta tudo, péão!

domingo, 10 de novembro de 2013

meita

sapato meia sola
meia meia furada
pneu meia vida
vida meia boca
piloto meia roda
viver pela metade?
vida inteira?

‘miséria pouca é besteira’!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

aotar

‘sociedade alternativa’
alternante diante das alternativa que se não tem
isto aquilo
disto àquilo
ora isso, horaquilo

‘sociedade alternativa’
é um ser não sendo
é um estando não ser
resistir ou ceder?
que alternativa há?

‘sociedade alternativa’
altas alternativas
para quem tem baixas expectativas
devidas
na nave da vida:


espectadores espectroatores – nada alternativos

arre

Medo de viver: arremedo de vida.
Experiência quase morte quotidiana.

Choque anafilático sem anestesia.

lapi

A cigana lê destino na palma da mão. Verdade.
Na palma do pé (planta), lê do engano.

Letramento digital. Alfa. Beto. Futurologista.

avi

“a arte imita a vida”
a vida imita a arte – da moda
a moda limita a vida

a viver na moda da moda

goró

Vygotisky chapou o coco.
Sentiu.
Vivenciou.
E escreveu:
O problema do entorno.



“El problema del entorno”

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

ceula

Já é dia. Dia claro. Claramente dia.
Tão dia, tão claro que dá pra ver o sol quente.

Mas as lâmpadas da iluminação pública continuam acesas.
Umas mais esbranquiçadas. Muitas, bastante amareladas.
Outras, queimadas. Ou, com efeito, com defeito.

Mas a lua continua no céu.
Disputando?, dividindo?, a hegemonia do céu com o sol.

Amb@s se julgam iluminad@s.
Se recusam.
Recusam-se.
Mutuamente.
A sair de cena.

Luzes ribaltinas, ainda que de relance, de rabeira, derradeira, por um lance.
Decadência: ascensão e queda das grandes ex-trelas.
Cada um tem seu noite.
Cada uma tem sua dia.


Cada qual seu céu.

caula

em dias chuvosos, calçadas lisas
derrapantes, não planas, esburacadas, declinantes
empurra pedestres para o leito – centrífugo – carroçável
centrípetas

motoristas,
aflit@s, atônit@s, em seus carros de luxo,
se com_torcem: pela calçada. Claro!
afinal, não é sempre que o peixe se anzola no anzol.
não seria nem culposo, nem doloso: apenas um homicidiozinho.
culpa da calçada.
dolo d@ pedestre,
que assumiu o risco de sair de casa em dia de chuva
e optou pedestrar por uma calçada lisa.

inversão do inverso – bônus da prova.

sinca

Condomínio - condominante. Com domínio sobre @s condômin@s – condominad@s.
Est@s: com domínio sobre o quê? Empregad@s?
Condômin@s – condominad@s – sem reserva de domínio. Nem mesmo um dedo mínimo.
Condomínio das trevas. Com domínio do demo: crático.
Respeito às normas das regras de con[sobre]vivência. Desrespeitar-se. Tolerar-se.
‘Área de convivência coletiva’: pleonasmo-reiterativo-repetitivo-redundante: deslumbrante.
Sinônimo: área de tolerância-limítrofe-mútua-em-caso-de-necessidade-extrema-unção.

Síndico do mundo. Eterna sindicância. Viigiar é pulnir. Ih!, fucô!

Sindicato dos sindicados.

em

Salgadinhos empanados.
        Animaizinhos empalhados.
                Humanozinhos empolados.
        Empalar do ser social – nada sociável

bi-polar – paladar: nada palatável.

tréme

Martas, Marias, Mercedes.
Mulheres?
Marcas. Não indeléveis.
Propriedades específicas?
Privadas do quê?

Privadas de quem?

ss

Divisão social da luta de classes
a vãguarda concebe
a base-massa executa.
Divisão técnica da luta de classes
a vãguarda manda
a massa-base obedece
Divisão-técnico-social-hierárquico-vertical: vulgo capismo-vãguardismo
Doença infecto-contagiosa altamente transmissível.

‘Simon manda’!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

seje

Gentilezas – coisas de gentleman, coisa que, gentio, doentio, não me sou.
Cortesias – coisas de gente da corte, gente que não sou.
Cavalheirismo – coisa de cavalheiro: fraque, cartola, nem cavalo tenho.
Gentilezas
Cortesias
Cavalheirismos: doenças de gentes sadias, modus de gêntis de artas crassi.

Se não pratico, sou mal, sou ineducado.
[o que é educação?]
Se cometo, souestou mal intencionado:
ou se é ladrão
ou se é tarado
[se não se é, já foi ou um dia será]

Machadão – preso por
                      preso por não

Gentilezas, Cortesias, Cavalheirismos:
será que são indistintamente dispensados a tod@s que precisam?
Ou há recortes interessiológicos?

‘dom contra dom’ altamente intencioseletivo.

oiei

Ontem, uma ilusão.
Hoje, uma probabilidade.
Amanhã, uma possibilidade.
Talvez, uma desilusão.
Talvez, um (des)[en]canto.
Eternas incertezas.
Certamente insertas, porém, incertas e insabidas.
Porém, negado.

Porém indeferido. 

idi

tod@s são iguais perante a lei.

desde que sejam identicamente iguais.

dig

Na tentativa incessante de (se) ser um ser diferente, descolado,
está quase todo mundo quase que mais do que igual.
Diferentemente igual – super star na moda.

Hipermediano de Greenwich.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

rafe

Reflexões de um servivente em dia de finados:

antes a pergunta era:
o que vou vou ser quando crescer.

agora a pergunta está:

o que não não vou ser quando morrer?

inda

Indecisões de dia de finados
diante da humanoidização de tudo
e da antropomorfização até do nada
a angustia de não ser do não-ser:


visito o túmulo de minha mãe, do meu filho ou do meu querido cachorro?

difi

Dia de finados
não dedicado aos mortos,
mas mais aos viventes
para não se esquecerem de
se lembrarem de que
um dia,
que pode ser a noite ou à noite,
morrer-ão.

‘o dia [do fim] enfim chegou’

infla

Inflexões de um in memorian em dia de (en)finados
lendo a lacuna de John Bedoo em El Estadón:

Ah!, se eu tivesse usado a cor recomendada pelo astrólogo sem sação...
            talvez eu não estivesse aqui!
                        já pensou que tédio?

Pos scriptum
ex post facto
memórias pós-tumas
memórias póstumbas
memórias postas
memórias pósvidas
memórias mórbidas
sobre a vida
sob o mundo dos vivos.


dd

Dia de Finados:
DIA D.

extege em dia!!!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

tet

tempos da falta de tempo
quando há tudo de sobra
menos tempo
menos tempo pro tempo
mais tempo no tempo
da falta de tempo
o tempo é o mesmo tempo para tod@s [?]
tempo social
tempo individual
tempo ¨ têmporas: marca passo – marcar passo! (2ª Cia) – marca tempo
tempo vital
tempo mortal
marcas do tempo
no tampo, na tampa, um epitáfio ao tempo:
foi-se o meu tempo minha
agora é o tempo da foi-se

cemitério: o templo da vida
que se foi
que há devir
foi-se
a foice não para, a foice não para

paira

cato

Todos são iguais perante a lei, diz quem a lei redigiu, diz.
É a lei igual perante tod@s?

lei do seu gerson, lei do seu murphy, lei do tar, lei des first.

éfeeme

enfim, finalmente
finados
dia, segundo pseudo(sobre)viventes,
de quem
para quem
a vida findou

ruas cemiteriais movimentadas

floristas sorriem;
veleleiros, guardadores de carros e capideiras, também

mortos-vivos vão a Necrópolis – capital dos necros-othumanos
olham para as lápides como se olhassem para um espelho
cuja imagem, indesejada, irreconhecida, recusam-se a sequer cogitar.

ficam pensando, mesmo sem pensar, num possível epitáfio
epitáfio do qual, talvez, sequer autores serão.

finitude
finidão
finados
enfim, o fim
          – para quem ainda não findou.
                Ao menos não oficialmente.

                     diadefiñados.