sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

nopromess





neste ano
que se achega
decidi
não vou fazer promessas compridas
que não podem ser por mim cumpridas
por isso
só, farei uma promessa bem curtinha
tanto quanto difícil de cumprir
mas...
taí:
não vou fazer promessa nenhuma
promessa alguma

uma paradoxal proesa, não?

escusas dataveniosas aos santos de plantão:
promessas
neste ano, não!

A MALA A

anunovudinovu






romã

lentilha

arroz cru

roupa amarela

sete ondas

etc. e vários tais e...

nada.



há mais de meio século repetia os rituais e...

nada.



neste ano dobraria a dose, pois

certamente está lhe faltando fé.


ou [ainda] não foi predestinado...


mesmo assim continuará tentando



‘Desistir, nunca. Render-se, jamais.’


hajir





I
A cor do uniforme.
As indumentárias.
Os instrumentos de trabalho.
A o_posição corporal [Lu-se-xplika?].
O olhar sempre para o chão.

Sempre.

Como se algo estivesse perdido.
Como se de algo estivesse a desviar.
Como se algo estivesse a procurar.

Tudo isso estava em consonância com o que era estipulesperado de sua função.
Lugar social na produção.


II
E não adiantava aquela habitual e rasteira converseira conformista de que “toda profissão é igualmente importante e digna”.

Se assim fosse, qual seria a explicativa para tantas diferenças materiais e simbólicas?

Até sua filha, de tenra idade, que ainda não desentendia muita coisa da vida, já havia sacado a parte principal da dinâmica.
Na era da pré-curiosidade aguçada, que durou pouco, perguntara, sem melar as palavras:
“Mãe, por que você trabalha sempre triste, olhando apenas e sempre para o chão?”
Passada essa era, a guria passou raciocinar diferente:
“Mãe, todas as profissões são igualmente dignas e importantes, mas eu não quero ter uma profissão digna e importante assim como a sua.”


estruturas e suas desestruturações:
reprodução e esterilidades
agência e seus deslimites...













Nos supermercados da vida o valor das pessoas é proporcional aos seus preços?