segunda-feira, 10 de março de 2014

esquematozóvulo

V
Uma das habilidades sobre_artificiais humanas é contar histórias. Pelas histórias o homem atribui sentidos a coisas sem sentido algum. A mulher também. Pelas histórias a mulher desatribui sentidos a coisas com muitos vários sentidos. O homem também. Pelas histórias a humanidade faz da história a própria história. Uma história imprópria. Pelas histórias, quase sempre meladas, algo é amado. Pelas histórias, sempre sempre melecadas, algo é odiado até a enésima degeneração.

IV
Quase todo mundo – desse pequeno mundo – quase já ouviu falar, quase já decorou, quase já contou e, quase certamente, quase acreditou em uma quase história: que cada pessoa é uma grande vencedora desde antes da concepção, pois, dentre zilhões de zilhares de ex-permas, foi a única que venceu a grande olimpíada mortal de vida, da vinda à luz. O único esperma que, ao final da carreira, combatido o bom combate, pôde e pode dizer: vim, vi, venci e vivi. Esta historieta serve de mote para autoajuda prestada por terceir@s para, inclusive, levantar a baixa autoestima que, pela lei da outrajuda, deve estar sempre em alta.

III
Mas, e se a historieta fosse contada de um modo um pouquinho diferente do convencional. A cada período, conforme os momentos dos deuses, em uma terra muito distante da Terra, a Espermolândia, como forma de expiar o inexpiável, um esperma era sacrificado em nome de todos os espermatozoides. Assim, entre os tetra zilhões de espermatozoides, por regra, um, apenas e tão somente um, era prêmio-condenado a fecundar um óvulo e a se tornar um mutante humano, um misto-não-híbrido de óvulo com espermatozoide. Seria um humanóide.

II
O esquematozóide é mais ou menos o seguinte: em vez de ‘falsificações da história’, por que não inversões das histórias? Ou invenções da história? Dá(ria) cada história, cada ex-tória! Estore com a história – history’store: Não conte até zero pra contar outra história que não a história contada que sempre [se] contou.

I
Por intermédio da história... humanizações... desumanizações. Por meio da história, quantas histórias, historietas, marios, pedras, antonietas. Mas, o que é a história? Algo muito perigoso. Algo muito milagroso. Algo muito plástico-explosivo. Colocar a história à prova: uma questão de plasticidade cerebral.

VI
‘V de vingança’ ou V de vitória? Afinal, a rigor, em última instância, em essência, qual a fragrância da [sua, minha? nossa!] história?

XI!
Finda a história,
Fim da história.

Sem aspas, por favor. As aspas devem ser poupadas: na Caderneta de Poupança Haspa.

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