quarta-feira, 21 de maio de 2014

lotus

Entregue o corpo aos vermes que o frio cadáver devorarão [um salve ao Machadão], não mais há o que fazer.
No portal do cemitério, a família reunida. Olhares perdidos, desolados. Choros, soluços e silêncios misturados.
Em dias chuvosos parece que a dor do luto, da morte que luta e vence a vida, é mais dolorosa, é mais doida, mais doída, mais dorida. Dolores. Das Dores.
As lágrimas são consoladas pela chuva que, assim, extermina a prova da dor, que não se sente, mas é sentida.

Olhar pra baixo é a melhor forma de não encarar o lema móbido-vital, letalmente fatal: ‘resquiece in paz’, pois um dia chegará sua vez. Noutras palavras, ‘nós que aqui estamos por vós esperamos’

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