segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

disintran





Ela tinha serias preocupações com o processo formativo.

Dizia, com base em dados históricos e observações, que a formação estava muito precária, porque se adotava o modelo disciplinar.

Acreditava que o modelo disciplinar era pobre, empobrecido, empobrecedor.

Há tempos já estava em curso o debate sobre a interdisciplinaridade, que configurava, teoricamente, estágio evolutivo superior em relação à multidisciplinaridade.

Interdisciplinaridade para ela, seria um avanço em relação à disciplinaridade, a seu ver, ainda hegemônica. Porém, Interdisciplinaridade já estava também ultrapassada, até porque as coisas evoluíram... Ou, como diz ela, ‘as coisas sempre evoluem pra melhor’.


Disciplinaridade.
Multidisciplinaridade.
Interdisciplinaridade.
Transdisciplinaridade.


Transdisciplinaridade é, para ela, a saída, a rezsolução de-fi-ni-ti-va do dilema.

Algo precisava ser feito. E urgente. Algo que fosse efetivo. Prático! Algo que efetivamente contribuísse para o abandono da prática disciplinar.

Com ela não tinha esse negócio de muito ‘blablablá’ nem de muito ‘nhenhenhê’. Era muito prática. De ação. E se orgulhava muito disso. Apresentava, em entrevistas de RH, essa característica como seu único defeito.

Como detestava delongas, deu um golpe de departamento e criou, por decisão unipessoal, uma disciplina ‘optatória’:


“Transdisciplinaridade”


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