segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

duralexsedlex





Não sabia bem o porquê, se é que porquê havia de haver, mas adotava, a priori e incondicionalmente, todas as posições defendidas-veiculadas por uma indeterminada ala direita-cristã-conservadora-ultra-radical. Gostava de D’antena e coisas do gênero (não, do gênero, não, pois questão de gênero é ideologia do Diabo!)


Adorava repetir máximas. Achava isso o máximo. E, com isso, achava-se, certamente, a máxima. Talvez por isso seu nome: Mássima!


Um dia, discorrendo sobre criminalidade e outras maldades, do ponto de vista dela, inerentes à humanidade, deblaterou:


Para resolver essa pouca-vergonha da criminalidade é simples: basta fazer leis bem duras e haver a certeza da punição. É isso! Não passa disso: leis duras e certeza de punição! Quero ver as pessoas não obedecerem! 


Sua pequena filha ainda não havia aprendido que, em vez de gritar “o rei está nu”, deveria elogiar a “roupa nova do rei”. Apesar do ambiente, conseguia, dentro de seus limites cognitivos, pensar. Sem perceber ou se importar com eventuais constrangimentos que poderia causar àquela que lhe deu à luz, dispara:


“Mas, mãe, se bastassem leis duras e certeza de punição para as pessoas não desobedecerem, por que, então, há tantos ímpios pecadores sobre a face da Terra? Pecadores, com certeza, não arderão eternamente no fogo do inferno? Isso não está escrito? Isso não será fato? Então, por que...?”




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