quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

genti lezas e seus critérios


Chave de importado de luxe na mão, roda, marcando posição: nobreza hereditária por aquisição.
Palavreado empolado, sotaques, caras e bocas globalizados, pra afirmar boa educação.
Bolsa importada. Cheia de correntes, anéis, brincos, botões, fivelas douradas, comunica: não sou pobre não.
Os óculos escuros, como se fossem uma parede: de proteção. Pra se proteger dos olhares de quem já estava na fila.
Alguém entre @s enfileirad@s resmunga: um dia ela encontra alguém que quebra a cara e as pernas dela.
O vigilante, todo cheio de marra, musculocuzudo, de braços abridos (sobacos assados), de pernas arreganhadas (não passou foldã), com a mão no revórvi (síntese da essência de seu ser), como sempre, simplesmente, ignora a idosa – que não era rica, nem loira, nem gostosa – e, mui respeitosamente, sorriu e bomdiou pra madame.
Como diz Leka, gentileza tem gênero. Acrescentaria o outro (este outro seria eu se esse eu outr@ não fosse), não apenas gênero, mas, números e graus: etnia, classe social, idade, biótipo, sexo, sotaque, enfim,
Gentilezas: gentlemen
Cortesias: corte, cortês, cortejar
Quase sempre é uma política focal.
Franqueza = fraqueza?

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