sexta-feira, 27 de abril de 2018

bithu






III

... e, tatibitateando, ele se dirigiu à criança, que, sozinha, estava concentrada e brincando seriamente num imaginativo-fantasioso cenário hospitalar:

“Vem atí  cum papai, bebê! Dá um úta, dá, dá! Vem athí com o papai, biitinha! Gacinha! Qeidinha du papá!”



II

A criança, que noutras vidas fora, entre outras ocuprofissões, psiquiatra, pensou em voz baixamente invisível:

“Hipóteses diagnósticas: Indícios de Esquizofrenia? Problemas com linguagem?”

E apontou no imáginário prontuário:

“Encaminhar para psiquiatria e para fonoaudiologia para investigação.”


I

Enquanto a criança fazia esses procedimentos, a cria, com bocas-e-caras de choro-riso-choro, a tatibitatear continuava:

 “Buniteja, iindeza, fofuínha dhi papá! Vem athí cum u papai, bebê gaxinha! Vem athí papai, biitinha! Vem atí, vem, cojinha ma maaviósa! Qiancinha iinda! Qi vontade di ti moidê, gotozura! Vem papá, pinxejinha, vem!”



O

Com muito medo, num indubitável instintivo instinto de autodefesa e de preservação da vida planetária, a criança, que ainda não sabia falar, gritou, a plenos pulmões:

“GRUPO DE OITO! GRUPO DE OITO! GRUPO DE OITO!”






Baseado em factos surreais.
Dedicado à MFRP.














Nenhum comentário:

Postar um comentário