terça-feira, 8 de novembro de 2011

nojentin du RU


Tod@ nojentinh@. Chei@ de bocas e caras. Gestos e trejeitos. Traços de urbanidade. Ostentação. Superioridade. Refinamento. Distinção. Na fila do RU, 2 horas pra coisar os cabelos; outras 3 para lavar as mãos. Tinha saudades dos tempos do resfriado humanossuíno, pois tinha álcool em gel no RU. Matava todas as bactérias, garantia a ciência. E, mesmo que usado em grandes quantidades, o gel não matava a grande bactéria dele usuária. Tod@ etiquetos@, preocupad@ com os protocolos sociais. Seguia à risca o Manual Gloriña Khalil de boas maneiras. Odiava um cara estranho que comia com a boca meio aberta e deixava os cantos da boca melecado pela comida. Porco lazarento! Estava na cara que ele nunca tinha ido ao Canadá. Aquilo, sim, era um país de gente com modus civilizadus. “Gente coisa é outra fina”! Tod@ ambientalista. Defesa intransigente do repensar, reciclar, reduzir, reciclar, recusar, reproduzir. E também do resmungar. Ainda bem que os guardanapos do RU eram de papel reciclado. Assim, podia usar sem remorso. A cada garfada, el@ limpava a boca, com um guardanapo novo, claro! Até após tomar água, passava novo guardanapo, afinal, o manual de boas besteiras assim recomendava. Ainda bem que o RU disponibilizava papel à vontade. Pensou, que nojo, ter de usar um papel só durante toda a refeição? Tolerância tem limites. Já não agüentava mais aquele estranho que insistia em sentar à mesma mesa, quase sempre, à sua frente. O éfedepê não limpava a boca após as garfadas, ficando com a boca oleosa e melecada de comida. Que nojo! Perdeu a boa. Enquadrou o caboclo, inquirindo-o sobre o porquê de não limpar a boca. Isso era do âmbito dos direitos coletivos e das regras de boa vizinhança. A resposta foi “porque não queria gastar papel”. A réplica foi que “o papel era reciclado”. A tréplica foi “por isso mesmo”. “Como assim?” “O guardanapo é feito de papel higiênico utilizado e reciclado”. Era só cheirar o papel para constatar. E não é que o papel tinha realmente cheiro de merda!? É... se é para ser, tem de ser radicalmente. Reciclar tudo, inclusive o que dizem ser não reciclável. Nada melhor do que (dá aparência) provar da própria – literalmente – essência. Não que fosse nojentinh@, mas, doravante, não mais utilizaria aquele papel, até porque, cargas iguais, dizem, se repelem. É... “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Está escrito.

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