sexta-feira, 11 de novembro de 2011

pedaço do cachorro


Quando, finalmente, fora liberado, todo detonado, física e psicodelicamente, saiu um tanto quanto desnorteado. Um cachorro, que nunca havia visto, veio até ele. Malaco que era, achou que o cachorro também era da casa. Sentou a bota no dog. Mais essa: até o cachorro iria dar a volta nele? Nem a pau. O cachorro não desistiu. Insistia em cheirá-lo e acompanhá-lo. Tava injuriado. Outra bica no latinte que, mesmo assim, não foi embora. Não era muito de ter dó, mas ficara encanado. Por que batia no cachorro? Só faltava, agora, um enquadro da Delegacia de Defesa dos Cachorros. Aí tava feita a bosta. Mais um sapeca não...

Intimou o cachorro, mesmo sem saber se era ou seria entendido. Deixou bem claro: se fosse ganso ou do mal, iria levar apanhar quem nem gato no saco e, só pararia de apanhar quando miasse. Iria arrancar pedaço por pedaço, vivo, e fazer churrasco pros gatos. Desde então, passaram a ser trutas. Era trutagem e mais trutagem. Muita brodage, mais por parte do cachorro que dele.

Tem cachorro que, quando olha pra cara, na cara está informada que cara o cachorro tem cara de quê: de Duque, Bidu, Salsicha, Malhado, de... Mas aquele não tinha cara de nada. Nem de cachorro tinha cara. Até que um dia pensou alto: esse cachorro é um enigma. Pronto: o cachorro pulou no ombro e deu uma lambida na cara. Aí ficou: Enigma.

Curtia Bezerra. O Enigma também. Vez ou outra, um hophip. Enigma também. Mas curtia mesmo era Bezerra. Parecia que a vida dele era contada e cantada pelo Bezerra. Em prosa e verso.



Não dava vaza. Sabia o modus operandi de todos. Nem adiantava carrinho de pipoca, vendedor de trecos, pesquisador do IBGE, fiscal da dengue, funcionário da Light, da Àgua é Esgoto, Telefonia, TV acabo, pregadô da Bíblia, ambulância, funerária, entrega de mercado, pizza, ECT, etc. Tava ligado em tudo. Só de o cara dar a cara já ganhava. Tá ligado: quem é sabe quem não é. A recíproca quase sempre era quase verdadeira. Até os cara do dois, que volta e meia ganhavam uns otários que se pensavam malandro, não tinham vez. Ele sabia como saber se o tipo era ou não.

Cara que era truta não ficava na mão. Sempre fizera os corres pra botar os trutas na rua. Se fosse preciso, ia às últimas conseqüências. Tinha um firmeza para ser resgatado, antes que virasse cliente do IML. Tudo esquematizado. Mó plano doido. Não ideiara com ninguém. Apenas com o dogoso. Ninguém mais. Noutro dia, a goma desabou: não é que o cachorro era ganso?!

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