sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Poulentzas incident


Poulentzas incident





Não precisava dizer que estava cansada. Tava na três por quatro. Em branco e preto.



A biblioteca é local onde se processa. Seja para que vire informações. Ou conhecimento. Ou para que nada vire. Tudo. A diferença entre um e outro? Só iluminad@s educador@s sabem. Ou pelo menos afirmam. Só @s iniciad@s.



Não que a biblio seja um local de vagabundagem. E é bom não confundir ócio com bócio. Vagabundosidade com ociagem. Bando de vagabundo com “vagabandodebundo” (e nem vem que isso é marca registrada!: salve salve, “vagabando de bundos”. Tem que mandar vocês todos pra “Casa Verde”).



A biblioteca, mesmo e principalmente no período onírico, é melhor. Inclusive do que o quê você pode, por a-ventura, ter pensado.



Congregou todos os livros que estavam sobre a mesa. Fez deles um travesseiro. De travessado. De través. E óia que, pra ficar desconfortável, tinha que meiorá muinto! Por César, que não Minto!



Cansadaça. Impotente. Deitou. Rolou. Babou. Roncou. Pelo menos foi só isso que percebi. Duvidar dos sentidos e colocar em xeque a razão? Roncou muito. Como que a ignorar a placa silenciosa a pedir (ou a in por) o silêncio.



O silêncio solicitado na biblioteca é (ou deveria ser) exatamente para isso: respeitar o sono e o sonho d@s, até antes, inocentes. Agora, indolentes.



Juntou umas cadeiras. Transferiu os livros - doravante, travesseiros - da mesa para as cadeiras - doravante, cama. Só assim para o livro entrar na cabeça. Literalmente.



Mas faltava um pouquinho, uns milímetros para dar o clique, o ajuste perfeito - ou mais que perfeito? – entre a coluna (vulgo espinhaço), ombros e travesseiro. Ah!, e óbvio: a cabeça!



Pegou o texto que tinha que ler. Foi a conta. Era o número. E é para isso, inclusive, que os textos servem.



Novamente, dormiu, roncou, babou. Muito. Firminho. Com apetite. Com vontade. Sem miséria. Até sonhou. Que já tinha lido o texto e que a aula já tinha acabado.



Acordou sem saber direito onde estava. Presença respondeu sem chamada ser. Queria saber se já tinha acontecido a prova. Que nota tinha tirado. Se hoje ainda era hoje ou se já era amanhã ou tinha voltado para ontem.



Cara inchada. Zóio cheio de remela. Ou ramela? Muco? Só! Tanto faz. Casca grossa. “Que horas são?”



Quanto ao texto do Poulantzas? Virou uma poulentza. Soucolentza.




Nenhum comentário:

Postar um comentário